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DOMINGOS BOMTEMPO - PIANO CONCERTO No 4 in D Major l Op.12

DOMINGOS BOMTEMPO - CONCERTO P/ PIANO E ORQUESTRA NRº 4 - RÉ MAIOR l OP. 12 I. Allegro Commodo (00:00:00 - 00:13:25 ) II. Andantino ( 13:30 ) III. Rondo ( La Chasse ) - Allegro Brillante ( 20:13 ) Nella Maissa, piano Klauspeter Seibel, Conductor Nuernberg Symphony Orchestra O Concerto para piano e orquestra nrº 4, em Ré Maior, Op. 12 foi composto em Paris e executado pela primeira vez num concerto a 15 de Janeiro de 1810, na Salle Olympique. Dedicado a « Mr. M.N.A. de Paiva. esta obra foi também executada por Bomtempo em Hanover Square e, novamente publicado, pela Casa Clementi, Bager, Collard, Davis and Collard. O acolhimento do público foi favorável e numa crítica publicada no Courrier des Spetacles no dia 17, podia ler-se: « Apesar de não ter sido escolhida a mais bela das aberturas de Mozart, destaca-se o Concerto do senhor Bomtempo, escrito de um modo extenso e agradável; salientamos o Andantino que reúne o duplo interesse de uma obra plena de sentimento e de perfeita execução». No mesmo concerto de estreia, em Paris, do Concerto nrº 4 para piano e orquestra, foi ainda ouvida pela primeira vez a Sinfonia nrº1 em Mi bemol Maior, Op.11 , também de João Domingos Bomtempo. A direcção de orquestra esteve a cargo de Kreutzer. A primeira audição em Inglaterra do Concerto nrº4 de Bomtempo, ocorreu a 3 de Junho de 1811, no New Rooms, Hannover Square. O relato do « Morning Chronicle » , de 6 de Junho de 1811, sobre a estreia do Concerto nº 4 em Ré Maior, Op.12 dizia o seguinte: « O Concerto do Senhor Bomtempo suscitou naturalmente grande interesse entre os verdadeiros amadores de música, tanto pelas numerosas e variadas composições que apresentou na ocasião, como pelo seu requintado e seguro talento de compositor. A expectativa foi superada pelas obras oferecidas ao público, e o estilo inimitável da sua interpretação guinda-o, sem dúvida alguma, à primeira fila dos compositores.» ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Nella Maissa nasceu em 1914 na cidade de Turim, aí iniciou os estudos de piano em 1919, e em 1931 foi aluna de Bufalleti, vindo a concluir o seu curso superior de piano no Conservatório de Milão. Cursou Direito na Universidade de Milão, enquanto trabalhava em composição com Ferrari-Trecate, no Conservatório e com Alfredo Casella em Roma. Em 1933, iniciou a sua brilhante carreira de concertista, apresentando-se em Milão. Nella Maissa casou-se, em 1936, com Ricardo Maissa, industrial português à época residente em Milão. Sob a ameaça do regime de Mussolini, o casal abandona a Itália, fixando-se em Portugal. Muitas são as obras de autores contemporâneos que lhe devem a estreia no nosso país, podendo citar-se entre outras, o Concerto nrº 3 para piano e orquestra de Béla Bartok, o Concerto 1945 de Hindemith, o Concerto nrº 3 de Prokofieff, o Concerto de Dallapiccola e o Concerto nrº 2 de Transman. Na sua ilustre carreira de pianista, Nella Maissa sempre demonstrou preocupação em revelar música do seu tempo como, por exemplo, o Ludus Tonalis de Hindemith. Esta atitude de interesse perante o repertório clássico, romântico e contemporâneo, junta-se ao interesse pela música portuguesa, de que é exemplo, a incessante inclusão de obras de compositores portugueses na programação dos seus recitais, em Portugal e no estrangeiro. O interesse, a recuperação da obra pianística de Bomtempo e a sua gravação contribuiu para a revelação deste notável compositor. A responsável por esse empreendimento foi Nella Maissa. A cultura portuguesa dificilmente conseguirá saldar essa dívida para com Nella Maissa. Foi esta ilustre pianista que trouxe Bomtempo para o convívio cultural na actualidade, sempre com o brilhantismo, mas também, a sobriedade superior, que a caracterizaram. As merecidíssimas homenagens feitas à pianista são, a título de exemplo, o Prémio Especial da Imprensa (1974), a Medalha de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (1986), a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada (1989) e a de Grande Oficial da Ordem da Solidariedade (Itália, 2004).