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MILTON CUNHA: MEU DESAFIO FOI SOBREVIVER | Histórias de ter.a.pia

O desafio da vida de Milton Cunha foi sobreviver. Antes de se tornar um dos grandes nomes do Carnaval, ele lidou com o preconceito na sua infância e chegou a desafiar os próprios pais para que pudesse ser quem é de verdade. Milton nasceu e cresceu em Belém do Pará com a sua família, mas não se sentia acolhido por eles. Num sábado de Carnaval, ele se sentou em frente à TV e começou a assistir Clóvis Bornay, carnavalesco e criador do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio. Ali parecia que o Milton tinha entrado em uma outra realidade, porque ele se apaixonou por todo o brilho, todo o glamour que emanava da tela em preto e branco da TV. O pai dele o viu hipnotizado pela barba cheia de purpurina de Bornay e lhe deu um tapa tão forte que o fez cair da poltrona, sangrando. Depois desse momento, Milton percebeu que ele teria que sair daquele lugar se ele quisesse ser quem ele era. Ele sabia onde queria estar e não era ali, jogando o jogo da hipocrisia, escondendo do mundo quem ele era. Mas era preciso tempo, afinal, ele era apenas uma criança. Aos 19 anos, ele sobe em um pau de arara e percorre mais de 3 mil quilômetros até chegar ao Rio. Ali ele começa a viver de verdade e fazer sua carreira na noite carioca, mas nunca deixou os estudos de lado. Formado em psicologia, ele é mestre em Letras e doutor em teoria literária pela UFRJ, mas foi no Carnaval que ele encontrou o seu legado. Em 1993 ele é convidado pelo então presidente da Beija-Flor, Anísio Abraão, para ser carnavalesco da escola. De início ele não quis. “Eu estudei, eu sou mestre!”. Milton achava que estava destinado à “alta cultura”: teatro, cinema, balé. Até que Anísio mostra para ele que Carnaval é tudo isso e muito mais. Milton trabalhou 16 anos como carnavalesco, passou por várias escolas de samba até decidir que iria para a TV e se tornar este ícone do Carnaval brasileiro com seus bordões superlativos: ELEGANTÉRRIMO! Quando olha para trás, Milton se recorda de todos os sonhos que teve enquanto ainda era criança e fica feliz por ter ido atrás de todos eles. Aos 61 anos, ele continua sonhando e segue firme, sem ceder a hipocrisia da sociedade. BRAVÍSSIMO! Assista a história do Milton Cunha no nosso site historiasdeterapia.com. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador orelo.cc/historiasdeterapia

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