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Jack, o Estripador: O Açougueiro Mais Sanguinário da Inglaterra Vitoriana

No final do século 19, o East End de Londres era um mundo à parte do brilho e glamour do rico West End da cidade. A área conhecida como Whitechapel, em particular, era um lugar sombrio e miserável, caracterizado por extrema pobreza, superlotação e um sentimento geral de desespero. Foi nesse cenário sombrio que ocorreram os notórios assassinatos de Jack, o Estripador, gravando para sempre o nome de Whitechapel nos anais da história do crime verdadeiro. Como escreveu o jornalista W.T. Stead em 1885, "O East End é uma vasta cidade, tão famosa à sua maneira quanto o West End, mas o caminho é diferente. É a cidade dos deserdados, dos excluídos, dos despossuídos." O ano era 1888, e a Rainha Vitória estava no trono há mais de meio século. Londres era a maior cidade do mundo, com uma população de mais de 5 milhões de pessoas. No entanto, essa vasta população não estava distribuída de maneira uniforme, e o East End abrigava alguns dos residentes mais pobres e marginalizados da cidade. Whitechapel, em particular, era uma favela notória, descrita pelo reformador social Charles Booth como "o local mais terrível de todo Londres". O mapa da pobreza de Booth em Londres, publicado em 1889, coloriu as ruas de Whitechapel de preto, indicando a "classe mais baixa, viciosa, semicriminal". As condições de vida em Whitechapel eram terríveis. A área era um labirinto de ruas estreitas e sinuosas e becos, alinhados com prédios de cortiços dilapidados e hospedarias imundas. Famílias de dez ou mais pessoas muitas vezes eram espremidas em um único quarto, sem água corrente ou saneamento adequado. Em 1883, o reverendo Samuel Barnett, um clérigo local, descreveu as condições de vida em Whitechapel como "uma desgraça para um país cristão". As ruas eram imundas, com esgotos abertos e pilhas de lixo apodrecendo, atraindo ratos e outros vermes. As doenças eram frequentes, com surtos de cólera, febre tifoide e tuberculose sendo comuns. Em 1866, um surto de cólera em Whitechapel tirou mais de 5.000 vidas. As pessoas de Whitechapel eram predominantemente da classe trabalhadora, com muitos empregados nos notórios sweatshops e fábricas da área. As mulheres, em particular, tinham poucas opções de emprego, e muitas eram forçadas a recorrer a meios alternativos para sobreviver. De fato, estima-se que havia mais de 1.200 prostitutas trabalhando em Whitechapel na época dos assassinatos de Jack, o Estripador. Uma das áreas mais notórias para atividades ilícitas era a Dorset Street, apelidada de "a pior rua de Londres" pela polícia. Foi aqui que Mary Kelly, a última vítima confirmada de Jack, o Estripador, viveu e trabalhou. As condições socioeconômicas em Whitechapel eram um reflexo dos problemas mais amplos enfrentados pela sociedade vitoriana. A Revolução Industrial trouxe grande riqueza para alguns, mas também criou uma vasta subclasse de trabalhadores pobres e explorados. A diferença entre ricos e pobres era maior do que nunca, e o East End era um lembrete gritante do custo humano dessa desigualdade. O reformador social Henry Mayhew, em seu livro "London Labour and the London Poor", descreveu o East End como "um mundo em si mesmo, um mundo que muito poucos de nós ousamos explorar, um mundo de pobreza, miséria e vício". O fato de que o assassino foi capaz de atacar os membros mais vulneráveis da sociedade, e que as autoridades pareciam impotentes para detê-lo, foi uma acusação contundente do sistema social da época. Como George Bernard Shaw escreveu em uma carta ao jornal Star em 1888, "Quanto mais investigamos o assunto, mais devemos sentir que o assassino de Whitechapel é apenas um exemplo particularmente dramático da maneira como o sistema social atual fabrica criminosos." 00:00 Revelando o Passado Sombrio de Whitechapel 6:32 As Vítimas Trágicas de Jack, o Estripador 14:16 A Caçada Desesperada de Scotland Yard 20:15 Desvendando o Enigma de Jack, o Estripador 31:10 Dissecando as Infames Cartas de Jack, o Estripador 40:11 Como a Mídia Alimentou as Chamas do Medo 47:39 O Fascínio Atemporal de Jack, o Estripador na Cultura Popular