Скачать с ютуб CLARICE HERZOG | в хорошем качестве

CLARICE HERZOG |

Viúva da ditadura militar. Esposa do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pelo Estado e acusado de suicida. Clarice e Vladimir se casaram em fevereiro de 1964, dois meses antes do golpe militar. O casal teve dois filhos. Em 25 de outubro de 1975, a família Herzog entrou para a história do Brasil. Vladimir era jornalista e foi prestar depoimento no Doi-Codi, de onde sairia morto. No dia anterior ao crime, três homens foram ao estúdio da TV Cultura para levá-lo a depor. Após negociações, ficou estabelecido que Herzog iria voluntariamente na manhã seguinte. Clarice esperou o marido voltar para casa e em vez disso, três homens vieram dar a notícia de que Vladimir Herzog cometera suicídio. Clarice nunca acreditou no suicídio, e testemunhos de outros presos apontavam que Vladimir Herzog tinha sido torturado e assassinado por agentes militares. Na fotografia que simulava o suicídio o "enforcado" aparece com os pés no chão. Clarice Herzog lutou contra o regime militar, trazendo atenção para o assassinato do marido, desmentindo o suposto suicídio. Segundo a tradição judaica, suicidas não podem ser enterrados nos campos santos dos cemitérios. Como ato de resistência, com o apoio do rabino Henry Sobel, Herzog foi enterrado no centro do cemitério em uma cerimônia histórica que reuniu mais de 8 mil pessoas. Clarice perdeu o medo. Clarice teve a coragem de entrar na Justiça contra o Estado brasileiro com uma ação declaratória de culpa pela morte de Herzog. Em 1978, o Estado foi condenado à pagar uma indenização à família e assumir a culpa pela morte do jornalista. Só em 2013, 38 anos depois do crime, Clarice conseguiu que o atestado de óbito do marido fosse corrigido. Em 2018, pela primeira vez um tribunal internacional concluiu que o Brasil cometeu crime contra a humanidade durante a ditadura militar, e o Estado brasileiro foi condenado por omissão por não investigar o assassinato e tortura do jornalista. Desde 2009 Clarice é presidente do Instituto Vladimir Herzog, criado para manter viva a memória de Vlado e o respeito pela democracia.